O maior burburinho na última
semana no mundo da moda e sustentabilidade foi o relatório emitido pelo
Greenpeace, “Toxic Threads - The Big
Fashion Stitch-Up”, Relatório sobre a Cadeia Tóxica da Moda. Neste
relatório, o Greenpeace relata sobre sua pesquisa realizada em dezenas de peças
de diferentes grandes marcas em busca de traços de produtos tóxicos em sua
composição.
O relatório denuncia as práticas
de outsourcing das empresas, que
produzem em países como China e México, apoiando-se em legislações menos
restritas para reduzirem seus custos de produção. Dentro deste contexto, acabam
utilizando substâncias tóxicas muitas vezes proibidas em seus países de origem
no tingimento e nos processos de confecção das roupas.
Os elementos tóxicos encontrados
nas roupas podem ser impactantes em diferentes momentos. No processo de
fabricação, pela liberação de resíduos e efluentes líquidos no meio ambiente;
através do contato com o tecido durante o uso da roupa; e durante a lavagem e
limpeza das peças.
Em sua pesquisa, o Greenpeace
afirma ter encontrado em pelo menos uma peça de cada marca que investigou
traços de produtos tóxicos. Em primeiro lugar ficou a Calvin Klein, com 88% das
peças testadas indicando contaminação, seguida da Levis, com 82%, e da Zara,
com 70%. Foram investigadas, no total, 141 peças de diferentes marcas.
Dentro de sua já estabelecida
campanha Detox, o Greenpeace lança também a campanha “Zara, Limpe nossa Moda”. Aqui
o Greenpeace apoia-se no fato de que, por ser a maior varejista do mundo, a
Zara tem o dever de dar o exemplo. Apesar de ter o nome da Zara como
impulsionadora, a campanha dirige-se a todas as marcas que atuam neste sentido.
O Greenpeace afirma que diversas
marcas como H&M, Nike, Puma e C&A já se emprenham hoje em
“desintoxicar” sua cadeia frente a pressão exercida pelos consumidores.
O que o Greenpeace e todos os
seus seguidores querem é uma limpeza da cadeia da moda, buscando alternativas
aos procedimentos impactantes, bem como transparência nos processos. O fato é
que toda grande empresa sabe que não pode manter seu business-as-usual, enquanto existe tanto movimento no sentido
contrário.
Texto: Ana Murad
Imagem: Greenpeace
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