Levantamento da indústria criativa mostra que moda carioca é valorizada

A moda carioca tem grande valor no mercado internacional. É o que diz uma pesquisa da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), o “Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil”, uma análise dos 14 segmentos em que a criação é a palavra-chave. Segundo o estudo, divulgado nesse mês, a moda feita no Rio é exportada por um preço 10 vezes maior do que a que é feita em outras capitais do país. O motivo da diferença de valor agregado é a forte representação do estilo de vida carioca na moda produzida na capital fluminense. 

O mapeamento indica também que o setor da moda emprega 44 mil profissionais em todo o Brasil, o que representa 5,4% do total de trabalhadores da indústria criativa no país (quase 810 mil). O segmento ocupa o sexto lugar entre os setores pesquisados - arquitetura, publicidade e design estão nas primeiras posições respectivamente. O Rio de Janeiro é o segundo estado que mais emprega, tanto na moda quanto no total da indústria criativa, atrás de São Paulo.

O Brasil tem pouco mais de 240 mil empresas da indústria criativa, que geram um PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos) de R$ 110 bilhões, ou 2,7% do total do país. Este dado mostra que o Brasil é um dos maiores produtores de criatividade do mundo, na frente de países como Itália e Espanha. O Rio é líder de participação no PIB estadual, com 4,1%.  

O mapeamento analisou também os salários dos profissionais da indústria criativa. A remuneração média de quem trabalha com moda está entre mais baixas no setor – apenas R$ 1.193,00. A boa notícia é que, de forma geral, os salários da indústria criativa são maiores que a remuneração média do país. O profissional criativo no Brasil recebe cerca de R$ 4.693,00, quase três vezes a média nacional (R$ 1.733,00), devido à maior qualificação e a produção de serviços de grande valor agregado.  

Segundo o pesquisador Guilherme Mercez, um dos idealizadores do estudo, a indústria criativa traz boas oportunidades de trabalho, já que ganhará cada vez mais espaço na economia global. Ele destaca também a estreita ligação desses segmentos com a sustentabilidade. “Ao contrário do petróleo, por exemplo, as ideias são um recurso infinito”, diz.

O Mapeamento da Indústria Criativa na Brasil foi lançado em 2008. A mais recente pesquisa, com dados de 2011, incluí 14 segmentos (Moda, Artes, Música, Publicidade, Design, Arquitetura e Engenharia, Pesquisa & Desenvolvimento, Biotecnologia, Televisão & Rádio, Software, Computação e Telecom, Mercado Editorial, Filme e Vídeo, Artes Cênicas e Expressões Culturais) que integram a Indústria Criativa em todos os 27 estados brasileiros.