sexta-feira, 26 de abril de 2013

Luxo l Eduarda Miranda


Custo Brasil: vilão do luxo no Brasil

No atual momento, estamos vivendo o boom das marcas de luxo no Brasil. De pouquíssimos anos para cá, o país recebeu uma grande quantidade de marcas internacionais, até então inexistentes por aqui.
A razão da vinda dessas marcas é muito clara, já que o mercado brasileiro se tornou uma alternativa significativa à crise econômica, em especial, europeia. A expansão da classe média e o aumento do poder de compra dos consumidores brasileiros, dentre outros motivos, atraíram os olhos do mundo do luxo.
Muito já se fez: abrimos alguns shoppings de luxo nas principais praças, trouxemos grandes grifes de fora... Mas estamos no início do processo. Como será o desempenho dessas marcas por aqui e quanto mais esse mercado irá se desenvolver, só com o tempo saberemos.



Mas uma coisa é certa, muitas marcas demoraram a vir, outras até hoje não conseguiram pisar em solo brasileiro e muitas já apresentam resultados mais tímidos do que o esperado.

 A pergunta é: será que nos preparamos como nação para receber estas “gringas”, ou melhor, será que nos organizamos, todos juntos, com o objetivo comum de aumentar e movimentar a economia do país, oferecendo condições mínimas satisfatórias a fim de pelo menos sustentar este novo mercado no Brasil? Será que conseguiremos segurar essas empresas por aqui?
E vamos combinar que se manter, não é o que nenhuma empresa deseja, mas sim expandir seus negócios, e ver o seu mercado aquecido.
A grande barreira de entrada, de sobrevivência e expansão para as grandes grifes internacionais se dá pelo famoso jargão “Custo Brasil”. Altíssimas taxas de juros, excessiva burocracia para criação e manutenção de empresas, assim como para importação e exportação são alguns dos problemas estabelecidos pelo Governo Brasileiro.
O valor dos produtos de luxo vendidos no Brasil chegam a 3 vezes o valor praticado na Europa ou Estados Unidos. Esse excesso é visto como uma punição do nosso Governo não apenas a essas grifes, mas também ao consumidor brasileiro, que se sente “seguro” de fazer este consumo apenas quando viaja.



Naturalmente, o consumidor brasileiro tem uma vantagem ao comprar nessas marcas aqui no Brasil, que não podemos deixar de mencionar, que é quanto ao parcelamento. Sem dúvida, esse é o apelo que essas grifes têm para atrair o consumidor. Mas, mesmo assim, estamos falando de valores finais multiplicados por 3!
Podemos acompanhar na mídia diversos movimentos já feitos por parte de algumas associações como, por exemplo, a ABRAEL (Associação Brasileira das Empresas de Luxo), no sentido de apresentar ao Governo o ganho para todas as partes ao se rever os atuais impostos abusivos.


Outro ponto a ser levado em consideração é que as condições do nosso país não conseguem justificar em nada esse excesso. Quero dizer, tanto condições de infraestrutura como de mão de obra, por exemplo.
Não pretendo expor aqui uma visão negativa do luxo no Brasil, muito pelo contrário, é um mercado de fato muito promissor, um país emergente, com consumidores que já conhecem e consomem, ou desejam consumir os produtos e serviços de luxo. Portanto, potencial existe! Sim, e muito! Mas é necessário que as políticas tributárias impostas pelo Governo sejam revistas para viabilizar essa possibilidade, que deverá gerar ganho para todos.

Texto: Eduarda Miranda

Um comentário:

Anônimo disse...

A maior parte do povo brasileiro é avançado, enquanto o governo ainda é primitivo.