quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sustentabilidade na Moda: Uma lei contra Sweatshops

Lembra-se de quando falamos sobre as sweatshopsO assunto de tão repulsivo parecia muito distante da realidade, não é mesmo? Mas, se fosse assim tão incomum, o governo do Estado de São Paulo não teria sancionado na última segunda-feira, dia 28, uma lei contra o trabalho escravo contemporâneo.

A lei estadual 1.034/2013, aprovada com unanimidade por 94 deputados da Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Geraldo Alckmin, pretende banir de vez o trabalho escravo em São Paulo.


Por trabalho escravo entende-se aquele em que a pessoa é submetida a condições degradantes, como correr riscos no ambiente de trabalho (locais sem higiene, fiação exposta com risco de incêndio), jornadas exaustivas (acima de 12 horas, como prevê a lei), servidão por dívida (tem a liberdade cerceada por dívida com o empregador) e outras.


O projeto pretende cassar a inscrição estadual no ICMS das empresas que empregarem em qualquer elo de suas cadeias produtivas (incluindo mão de obra terceirizada e fornecedores) a exploração de trabalho ou trabalho escravo contemporâneo.

A lei prevê que as empresas autuadas sejam impedidas de atuar no mesmo ramo de atividade mesmo que em outro estabelecimento. "Serão proibidos de entrar com novo pedido de inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS. As restrições previstas devem valer por um período de dez anos contados da cassação", disse o deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB), autor do projeto.

"Sem causar prejuízo financeiro a quem lucra com trabalho escravo e se esconde atrás de fornecedores em pseudoterceirizações, o combate não é totalmente eficiente", continuou Carlos Bezerra Jr.

De acordo com informações publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, os setores mais atingidos com ocorrências de abuso de trabalho são o têxtil e a construção civil.

Que tal seria se essa lei se expandisse para todo o Brasil, tornando-se uma lei federal? E como ficam as terceirizações buscadas em outros países do mundo?

Texto: Ana Murad
Imagem: Getty Image


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