sexta-feira, 22 de junho de 2012

Entrevista com Deborah Klabin - Parte 1

O Instituto Rio Moda irá apresentar uma série de entrevistas feitas com jornalistas de moda, que contam um pouco sobre a rotina e as responsabilidades da profissão tão almejada por tantos estudantes. Confiram o que Deborah Klabin, uma carioca formada em comunicação social, que em função da profissão trocou a Cidade Maravilhosa por São Paulo, contou à Cecilia Geyer, nossa colaboradora.

Deborah é editora de Estilo de 3 das 4 revistas de Joyce Pascowitch, são elas: "JP", "Poder" e "Modo de Vida". 


Com tanta responsabilidade nas mãos, batemos um papo com ela pra entender melhor a respeito desta profissão que encanta a tantos estudantes!


"Me formei em comunicação social por pura falta de orientação e imaturidade, num momento crucial da minha escolha acadêmica. Com um pouco mais de maturidade teria escolhido arquitetura ou interiores.
Trabalhei sempre como redatora em agencias durante o período da faculdade, e nelas fui vendo meu interesse também pela parte gráfica. Quando me formei, comecei a trabalhar com produção de fotografia, menos de moda, mais produção executiva e de objetos. Em seguida entrei na redação de revistas customizadas da Trip, fiquei bem pouco tempo, e vim pra Joyce, que já estou há quase dois anos. Aqui comecei escrevendo exclusivamente sobre arquitetura e design. Todo o resto foi desdobramento disso."

        
        CG: Como você enxerga o mercado de jornalismo de moda no Brasil?


DK: Acredito que todo o mercado de jornalismo esteja passando por mudanças sutis, porém velozes e diárias. Todos os setores, o de moda, especificamente, acredito que esteja se moldando, definindo sua forma particular, conciliando a dinâmica dos blogs, das publicações online, as tendências internacionais com o aquecimento do mercado interno e as demandas e resistências dos consumidores brasileiros. Mas acho que é só o começo das mudanças. A velocidade da informação expõe hoje os consumidores a tendências sem fronteiras. Entender o comportamento do leitor exige cada vez mais atenção e sensibilidade.

      
        CG: Qual a percepção que você tem da invasão dos blogs de moda e das blogueiras nesse mercado?


DK: A tal "invasão dos blogs", tão criticada por uma velha guarda conservadora e protecionista, nada mais é que uma das infinitas consequências da abertura dos meios de comunicação ao grande público. Um canal de TV pode acontecer num quarto, na frente de um espelho com instruções tão consistentes quanto a de qualquer profissional, tendo o mesmo alcance e impacto de um canal de TV..
Os blogs permitem esse compartilhamento de impressões. Para quem trabalha com imprensa, são excelentes termômetros da percepção e comportamento de diferentes públicos. O que só o tempo vai nos ensinar é a "filtrar" o joio do trigo. Hoje já é nítido que há blogs e blogs...

     
       CG: Qual o máximo do cargo da carreira de um jornalista de moda no Brasil e fora? No Brasil é diferente?


DK: Acredito que um diretor de redação de moda, nao só o de conteúdo, mas também os de estilo e arte, têm forte influencia na formação da opinião dos leitores, e imagino que o mesmo se aplique fora do país.
Ser dono de uma publicação envolve tanta tramitação burocrática, que duvido que seja o sonho da maioria dos jornalistas.


Por Cecília Geyer.

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