Roberta Nigri e Camila Machion da R&C Pesquisa e Análise Cultural, uma empresa de pesquisa
qualitativa de mercado e de comportamento do consumo, são nossas novas colaboradoras aqui no blog. Elas irão abordar o tema comportamento do consumidor, e para começar elas falarão do mais recente fenômeno de vendas que acabou de chegar ao Brasil, descubra no texto:
Quem estudou
um pouco de economia sabe que o consumidor sempre deseja pagar o menor preço
possível pelos itens que deseja. Quem estudou um pouco de marketing sabe que não
é bem por aí. Não à toa existem diversas ferramentas que agregam valor a
produtos os tornando mais caros e os consumidores, ainda assim, desejam
comprá-los. Controvérsias a parte, existe espaço para essas duas correntes no
mercado de varejo de moda. Hoje, vamos falar de uma loja queridinha de quem
quer comprar mais por menos, a Forever 21.
A “Forevinha”
- assim chamada pelos íntimos - tem uma história de sucesso. A primeira loja
foi aberta no dia 21 de abril de 1984 em Los Angeles pelo casal sul-coreano Do
Won Chang e sua mulher Jin Sook Chang. O objetivo era atingir a comunidade
asiática/norte-americana de L.A e ela ainda se chamava Fashion 21. A abertura
foi um sucesso e o negócio só cresceu. O objetivo da marca é abrir mais 600
lojas nos próximos 3 anos. Sim! Mr. Chang é um homem incansável.
Eis que no seu plano de expansão, o Brasil foi
premiado com a abertura de algumas lojas em solo nacional. A princípio houve
uma histeria nacional. Que atire a primeira pedra quem não compartilhou em
alguma rede social a tal notícia e ainda escreveu que mal poderia esperar por
esse momento. Muitos rumores, algumas possíveis datas de abertura, sneak-peaks
e as lojas foram inauguradas. Primeiramente em São Paulo e, em seguida, no Rio
de Janeiro. Pela primeira vez, as opiniões contrastaram.
Fazendo
entrevistas com mulheres cariocas, de 18 a 30 anos, no Rio de Janeiro, a
reputação da Forever 21 pode estar em apuros. O motivo é que muitas
consumidoras não gostaram da sensação de qualquer pessoa poder comprar a marca.
Até então, isso era um privilégio de quem podia viajar ao exterior. Para essas
mulheres, o “buzz” que a marca gerava era a possibilidade de comprar peças na
moda, a um custo barato, porém acessíveis somente a quem viaja
internacionalmente. A partir do momento que ela passa a vender em solo
nacional, a marca automaticamente “perde a graça”. Será?
Outras mulheres
acreditam no contrário. O fato de a Forever 21 ter chegado ao Brasil só confirma que o país
virou de fato “a menina dos olhos” de marcas estrangeiras. Isso aumenta a oferta
do varejo aqui e permite que pessoas que antes não podiam viajar tornarem-se
clientes. Além disso, o compromisso dos preços baixos que a marca garantiu
manter no Brasil aumenta a pressão para as marcas de varejo brasileiras abaixem
seus preços também.
Ainda existem
muitas dúvidas. O que Mr. Chang vai fazer para manter esses preços baixos? Será
que a Forever 21 vai se manter atrativa no Brasil? Será que vai virar marca só
de jovem? Ou de mais velhas? Ou tudo misturado? Para saber só com mais
pesquisas de mercado para entender a opinião das cariocas.
Contatos: robertanigri@gmail.com e
camilamachion@gmail.com
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