Nesta
época eu estava muito assustada de deixar o colégio e todo aquele clima de
turma grande, bagunceira, de zoação, mas de um sentimento único de descoberta
da vida. Amava meus professores e mantinha uma relação de amizade com alguns,
sempre pedindo conselhos e ouvindo com muita atenção o que tinham a me dizer,
eu era uma esponjinha. Sabia que gostava de matemática, português e biologia,
me dava bem em física e química, adorava filosofia, não gostava de história e
de geografia.
Decidi
então que eu queria fazer alguma coisa que contribuísse para a sociedade. Não
queria passar despercebida pela vida. Queria sentir que o meu trabalho fazia
uma diferença para a qualidade de vida das pessoas. Com isso pensei em ser
psicóloga, médica, bióloga… mas eu achava que não tinha estrutura para isso.
Minha professora de biologia sugeriu que eu fizesse engenharia e trabalhasse
com equipamentos médicos. Mas ainda não era isso.
Foi
então que aconteceu um evento no meu colégio. Faculdades do Rio de Janeiro
montaram stands e levaram palestrantes. Lembro de ter ficado
fascinada na apresentação do pessoal da ESPM sobre marketing. Mas o que me pegou
forte foi um panfleto que li da PUC sobre Engenharia Ambiental. Tudo se encaixou,
minha aptidão com números, meu interesse pelas leis da natureza, toda a
contribuição que eu poderia dar através do meu trabalho, e até o fato de ter
sido a única matéria de Geografia que eu aprendi e que gostei de verdade!
E
foi assim que tudo começou. E sabe o mais engraçado? Depois de me formar
Engenheira Ambiental e trabalhar 5 anos na área, hoje estou fechando um MBA em
marketing. Lembra-se da palestra que me fascinou? E mais, estou aqui escrevendo
esta coluna de sustentabilidade na moda.
Sabe
o que acontece? Os interesses ao longo da vida mudam, aumentam, diminuem, se
mesclam. A estrada da vida segue caminhos inesperados, dá reviravoltas, enfrenta
obstáculos. Clichê? Sim, mas verdade. Para onde vou? Não sei… estou à procura.
Sobre
a sustentabilidade, descobri que a questão ambiental é apenas uma de suas
dimensões. Se não tivermos saúde econômica, social, cultural, ética, estética e
política, as coisas não caminham.
Como
trago isto para minha vida? Procuro viver com coerência, sem radicalismos,
buscando soluções viáveis para os problemas.
O
que este post tem a ver com Moda e Sustentabilidade? Eu no meio, e meus
interesses que se unem. E sabe do que mais? Tem a ver também com a influência
que a moda tem no comportamento das pessoas. Tem a ver com a macrotendência,
com a onda verde que observamos. Tem a ver com nosso dever cívico, aquele mesmo
que me impulsionou aos 16 anos.
Dedico
este post aos maravilhosos Jorge, Claudio, Brener e Diomário.
Texto:
Ana Murad
Foto: RIOetc
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