Uma equipe de 41 pessoas atuou nesta pesquisa que durou cerca de 6 meses e se dividiu em duas etapas: uma qualitativa, na qual foram entrevistados 108 empresários, criadores, acadêmicos, costureiras e gestores; e outra quantitativa, que ouviu representantes de 201 empresas, 151 facções e 255 costureiras.
Além de mapear a atual situação do setor na cidade, os pesquisadores identificaram novos polos da moda no Rio, formados por fábricas, confecções, estamparias e costureiras. Outra descoberta é o crescimento e a importância da Zona Oeste da cidade, fundamental na indústria carioca, já que tem se revelado a grande produtora de moda para o segmento C e a maior exportadora para o Norte e o Nordeste.
O Pólo de São Cristovão, na Zona Norte da cidade, também sinaliza horizontes de dinamização da indústria da moda, vitalizando a marca "Rio" e aumentando as possibilidades de intervenção positiva no setor.
Entre outras novidades, o estudo mostrou que a cadeia produtiva da moda no município do Rio de Janeiro (que não inclui a comercialização) movimenta cerca de R$ 892 milhões e emprega quase 33 mil pessoas.
Os pesquisadores dividiram o cenário da moda carioca em três territórios: o Território Fashion são grifes que se distinguem por estar organizadas em torno das semanas de moda; o Território dos Ateliês reúne pequenos ateliês de moda e acessórios, origem de uma produção artesanal e criativa. Já os chamados "Novos Territórios" na cidade reúnem empreendimentos situados em lugares social e geograficamente distantes do circuito fashion, como por exemplo a Zona Oeste.
Além disso, a pesquisa mostrou que a grande maioria das empresas do setor tem origem familiar. Em termos de faturamento, as pequenas empresas são maioria: 41% delas fatura até R$ 36 mil anuais e 35%, entre R$ 36 mil e R$ 240 mil.
Outro destaque da análise foi a constatação de que a imagem do Rio de Janeiro é um ativo para a indústria da moda carioca, já que a associação da cidade à qualidades como “vanguarda” e “lançadora de estilos” repercute de forma positiva sobre a produção de roupas e acessórios na cidade.
Apresentaram os resultados da pesquisa o gerente de desenvolvimento industrial do Sebrae, Renato Regazzi e o coordenador geral do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio, Carlos Affonso de Souza, além dos coordenadores do estudo Pedro Augusto Francisco e Elizete Ignacio dos Santos. Logo após, foi realizado um debate com especialistas no tema.
Os debatedores lembraram que ainda há desafios para o setor, como a necessidade de qualificação da mão de obra, item que na pesquisa é identificado como o investimento mais necessário para o desenvolvimento da moda no Rio.
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